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Microplásticos no corpo humano: por que você deveria se preocupar?

Uma pessoa segurando um saco de plástico com o globo terrestre dentro ilustra nosso artigo sobre microplásticos. Créditos da imagem: Freepik.com

Nos últimos anos, tem crescido a preocupação com o aumento dos microplásticos ao redor do mundo e isso tem levantado um alerta crescente: microplásticos estão sendo encontrados dentro dos nossos corpos — no sangue, nos pulmões, na placenta e até em corações humanos. E embora os cientistas ainda estejam a anos de entender completamente os impactos disso sobre a saúde, as evidências preliminares já são motivo de preocupação.

O que são microplásticos e de onde eles vêm?

Microplásticos são pequenas partículas de plástico com menos de 5 milímetros, oriundas principalmente de:

- Desgaste de pneus e estradas;
- Fragmentação de embalagens plásticas;
- Cosméticos esfoliantes e pastas de dentes com microesferas;
- Lavagem de roupas sintéticas (como poliéster e nylon);
- Garrafas, sacolas e utensílios descartáveis quebrados pelo tempo.

Essas partículas estão presentes na água que bebemos, nos alimentos que comemos e até no ar que respiramos.

Quão preocupado você deveria estar com o impacto dos microplásticos no corpo humano?

Ainda não há consenso científico sobre o real impacto dos microplásticos no corpo humano, mas os primeiros estudos sugerem riscos sérios:

Podem provocar inflamações e estresse oxidativo nas células estando associados a alterações hormonais e imunológicas. Além disso, servem como vetores para substâncias químicas tóxicas como ftalatos e metais pesados.

Há indícios de que podem atravessar barreiras celulares e afetar órgãos vitais. Como disse um especialista da Organização Mundial da Saúde: “A ausência de provas definitivas de dano causado por micro plásticos não é uma prova da ausência de dano.”

O que você pode fazer para reduzir sua exposição?

Embora seja impossível evitar completamente os microplásticos, há atitudes que ajudam a minimizar o contato:

- Evite plásticos descartáveis sempre que possível;
- Use roupas de fibras naturais (algodão, linho, lã);
- Instale filtros na máquina de lavar que capturam fibras sintéticas;
- Filtre a água da torneira com sistemas de qualidade;
- Prefira alimentos frescos, evitando ultraprocessados e embalagens plásticas;
- Reduza o consumo de água e alimentos em recipientes plásticos, especialmente os que passam por aquecimento.

Uma mudança pessoal e coletiva pode reduzir o problema dos microplásticos 

O problema dos microplásticos não é só individual, mas sistêmico. Depende de mudanças na indústria, em políticas públicas e nos nossos hábitos como sociedade. A boa notícia? A conscientização é o primeiro passo — e ele já começou.

O que a OMS diz sobre o assunto?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem acompanhando o tema dos microplásticos com atenção crescente, embora ainda com cautela quanto às conclusões definitivas. Eis o que a OMS tem dito até o momento:

Relatórios oficiais

Em 2019 e 2022, a OMS publicou dois relatórios importantes sobre microplásticos em água potável e no ambiente:

“Microplastics in drinking-water” (2019)

Principais conclusões:

Os dados disponíveis são limitados, mas os níveis de microplásticos em água potável não parecem representar risco significativo à saúde com base nas evidências atuais. A maioria das partículas ingeridas deve ser excretada pelo corpo. No entanto, há lacunas científicas importantes que precisam ser investigadas com urgência.

“Dietary and inhalation exposure to nano- and microplastic particles and potential implications for human health” (2022).

Este relatório foi mais abrangente e incluiu inalação e ingestão de partículas menores (inclusive nanoplásticos) reconhecendo que algumas partículas podem sim atravessar barreiras biológicas, como a intestinal.

Existe potencial para efeitos adversos, como inflamação, toxicidade celular e bioacumulação. Mais estudos toxicológicos e epidemiológicos são urgentemente necessários.

O que a OMS recomenda?

A OMS não descarta riscos e pede ações preventivas e mais pesquisa científica:

Ampliar o monitoramento da presença de microplásticos no ambiente e nos alimentos;
Melhorar a gestão de resíduos plásticos para evitar a contaminação da água e dos solos;
Investir em estudos de longo prazo sobre os efeitos de ingestão e inalação de micro e nanoplásticos;
Adotar o princípio da precaução, mesmo sem provas definitivas.

“Com base nas informações limitadas de que dispomos, os microplásticos na água potável não parecem representar risco à saúde em níveis atuais. Mas é preciso compreender melhor sua presença e seus efeitos.”
— Relatório da OMS, 2019

A OMS ainda não afirma categoricamente que microplásticos são perigosos, mas reconhece que há motivos legítimos para preocupação e urge por mais estudos científicos e medidas preventivas. Enquanto isso, ela defende uma abordagem prudente — e que governos e cidadãos ajam para reduzir a poluição plástica o quanto antes. 

MundoZ! Vida e Saúde
Author: MundoZ! Vida e Saúde
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