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PIX promete acabar com TED, DOC e com operadoras de cartão

Brasil está prestes a protagonizar uma verdadeira revolução na forma de se transferir dinheiro. Se tudo der certo, o sistema PIX que foi lançado dia 19 de fevereiro de 2020 pelo Banco Central do Brasil (BC para os íntimos) realmente vai digitalizar o seu dinheiro. Com isso surge a esperança de diminuição dos custos em transações financeiras entre empresas, pessoas e até mesmo o próprio governo.

Com o PIX o Brasil entra para o seleto grupo de países da vanguarda tecnológica, implementando um serviço de pagamentos instantâneos dinâmico que nem mesmo os grandes bam bam bam da economia mundial, como China e EUA, têm.

O sistema PIX promete conectar pessoas, fintechs, varejo em geral, empresas, bancos tradicionais e digitais num único sistema capas de transferir valores de forma rápida e com custo por transação muito, mas muito mais baixo do que o praticado hoje em dia.

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Pix não tem taxa de tranferência

Essa é a grande vantagem do PIX em relação à outras modalidades como TED, DOC e aos pagamentos via cartão de crédito e débito. Enquanto hoje você paga até R$ 10 para transferir dinheiro de um banco para outro, sendo que lojas de varejo pagam valores muito maiores que isso quando aceitam pagamentos por cartão, dependendo da taxa que a maquininha usada cobra em cada operação.

Segundo o Banco Central, na implantação do PIX, será mantida uma infraestrutura ágil baseada no protocolo "ISO 20022 ". Esse protocolo é capaz de listar usuários e instituições que participem do processo, além de manter um registro de cada transação efetuada no sistema. Isso acontecerá de forma muito rápida, como se estivesse havendo uma comunicação direta entre os envolvidos. Comparável a uma transação P2P (Ponto-a-ponto), porém não se compara à tecnologia do Blockchain.

O sistema de pagamentos mais simples do mercado

Com o PIX, fazer um pagamento ou o envio de uma soma em dinheiro para alguém ou alguma empresa será uma tarefa extremamente simples, como enviar uma mensagem de texto. Esclareceu o diretor de negócios da empresa Matera (que fez parte dos grupos de trabalho que desenvolveram o sistema desde o início), Alexandre Pinto.

A tecnologia usada no sistema PIX é baseada no envio de mensagens. Quer dizer que as transações financeiras serão alicerçadas em mensagens enviadas entre os participantes do processo, podendo ser de pagamento, cobrança, registro de usuário ou um catálogo com muitos registros de mensagens totalmente diferentes.

Alexandre Pinto também salientou que a tecnologia por trás do PIX tem o potencial de, no futuro, tornar-se um padrão universal de transferências e pagamentos em todos os países.

“Nós do banco central não quisemos reinventar a roda, mas usar um padrão já existente, e isso foi muito importante para que não criássemos algo muito isolado que funcionasse apenas no mercado brasileiro”, explicou. “Talvés existindo um padrão com relação às mensagens — não é impossível imaginar —, quem sabe daqui algum tempo tenhamos uma grande rede de pagamentos instantâneos no mundo todo. O câmbio e a remessa entre países aconteceria em menos de 24hs”.

Custo por transação no sistema PIX

A principal diferença entre o PIX e as demais operações com cartão de crédito ou débito é justamente o custo. As bandeiras ou “operadoras” costumam cobrar uma taxa do lojista baseada no valor total da compra feita pelo cliente. Se você comprar uma televisão por R$ 5 mil e pagar à vista no cartão, o lojista receberá algo em torno de R$ 4.750, considerando uma taxa de 3% — bem usual no mercado brasileiro.

Com o novo sistema PIX, o valor envolvido na compra não vai influenciar no total da operação. Desta forma, em vez de pagar R$ 150 numa venda de R$ 5 mil, o lojista pode pagar apenas alguns poucos centavos.

Ainda não é possível saber exatamente quantos centavos uma transação no PIX poderá custar, mas o Banco Central já informou que o valor será muito baixo. Para o consumidor que usar uma carteira digital compatível com o PIX, o custo poderá acabar sendo quase zero. E quem sabe até, haverá a diluíção no custo de algum outro serviço fornecido pela contratada.

Lançamento do sistema PIX

Mas com a notícia do lançamento do sistema PIX, muitas dúvidas sobre os preços reais que serão cobrados nas transações surgiram na cabeça dos futuros usuários do serviço. Será mesmo que os bancos não vão cobrar a atual taxa de TED ou DOC que cobram hoje?

Segundo Carlos Brandt — chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central — o próprio mercado deverá regular os valores cobrados dos clientes nas operações com o PIX, porém existirá controle contra excessos por parte da instituição.

“Não há qualquer restrição à cobrança de tarifas (via PIX). Nós vamos estruturar o serviço de forma livre, estimulando a competição de preços, visando uma boa formação de preço para o usuário final. Existirá liberdade para que se cobre pelo serviço.

Os bancos ainda terão liberdade para cobrar dos usuários. Mas havendo situações em que a formação de preço seja distorcida, nada impede que o Banco Central, enquanto regulador, interfira para corrigir o mercado”, explicou Brandt.

Mas como bem sabemos o BC também cobra uma taxa muito baixa nas transações de TED e DOC dos bancos. Porém eles ainda repassam valores muito maiores para os clientes.

O novo sistema de pagamentos surge com códigos bidimensionais - QR Code - e o fim do boleto

Uma das maneiras mais usuais de se fazer pagamentos e transferências via PIX será na forma de um QR Code. O varejista poderá ter, um código desses na mercadoria para que os clientes escaneiem usando a câmera do celular e possam fazer o pagamento muito rapidamente.

Fora essa unificação, haverá muito mais agilidade que deverá ajudar na propagação dos pagamentos usando o QR Code no Brasil com a implantação do sistema PIX. Espera-se também que formas de pagamento como o boleto bancário, essa invenção brasileira, diga-se de passagem, caiam em desuso muito rapidamente.

Com o advento do PIX é provável que muitas das tecnologias atuais desapareçam, enquanto outras se tornarão impopulares. Nos locais mais remotos, por exemplo, o principal concorrente do PIX ainda será o dinheiro de papel e o desafio é mudar o hábito dos consumidores. A maior parte dos brasileiros já tem smartphone, apesar de haver um enorme gargalo nessa tecnologia que é o sinal do celular, que nem sempre é bom em locais mais afastados.

Mas será que os bancos maiores vão aderir ao novo sistema?

O Banco Central iniciou os testes com o PIX junto a pequenas empresas e fornecedores de tecnologia — caso da Matera —, mas, a partir de junho de 2020, os grandes bancos estarão obrigados a acompanhar a nova tecnologia. Qualquer instituição financeira — banco ou fintech — com mais de 500 mil clientes ativos será obrigada a participar do sistema PIX por regulamentação nacional.

No início, o critério da obrigatoriedade de adesão ao PIX já aglutina cerca de 30 instituições responsáveis por mais de 90% das contas transacionais do Brasil. Com isso, o Banco Central deverá garantir que a maioria dos consumidores que já possuem contas em bancos poderão se beneficiar da tecnologia PIX. Eles poderão aproveitar um sistema de pagamentos padronizado que já nascerá com milhões de usuários.

Será que o novo sistema de pagamento é seguro?

De todas as questões envolvidas no PIX, essa talvez seja a mais preocupante neste momento. Obviamente, o sistema terá forte segurança para evitar invasões diretamente no gerenciamento feito pelo BC.

Entretanto, a segurança contra ataques na ponta dos usuários será feita pelas empresas que fornecerão o serviço de carteira digital ou métodos de pagamento. Ou seja, o número de fraudes no sistema vai depender do cuidado que as empresas participantes aplicarem no desenvolvimento de suas soluções.

Se uma pessoa faz compras no Rio de Janeiro e, de repente, aparece fazendo compras em Miami, pode haver algo errado.

As transações não podem ser anuladas

Pode ser meio preocupante especialmente porque as transações feitas através do PIX são irrevogáveis ou sem possibilidade de “chargeback”. Quer dizer que, uma vez realizada, uma transferência não poderá ser desfeita. E, caso sejam identificados erros ou fraudes, os envolvidos precisarão desenvolver alguma espécie de acordo ou sistema para fazer algum tipo de reembolso.

Ainda assim, Alexandre Pinto, da Matera, vê essa questão como algo solucionável.

“Será uma responsabilidade da fintech, do banco, enfim, de quem se conectar a essa rede de pagamento o cuidado, principalmente na adesão de novos clientes”, detalha. “Estou imaginando, ‘especulando’, que serviços de geolocalização sejam usados: por exemplo, se uma pessoa faz compras em São Paulo e, de repente, aparece fazendo compras em Buenos Aires, vale uma checagem”.

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Author: MundoZ! DinheiroWebsite: https://e-zoop.com/dinheiro
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